26 de maio de 2008

...Cotidiano.


...Orfeu Morreu na Madrugada,
Na Beira Daquela Esquina,

Embriagado, Humilhado,
Morreu Por Amor...

Tereza Vinha Cansada,
Orfeu Só Nas Farras,

Só na Música e Poesia...
Boêmio...

Tereza na Batalha,
Na Luta Para Sustentar os Filhos...
Tomou-Se de Coragem,
Deu Um Basta,
Separou-Se de Orfeu...

Ele Sem Eira Nem Beira,
Só Vivia de Malandro,

Quis Não Levar a Sério,
Fazer Brincadeira...

Mas Não Era, Largou a Noite,
Pegou Trabalho, Deixou o Trago,

Mas Tereza Não Confiava Mais,
Desistiu de Amar...
Cansou...

Orfeu Tentou...
Mandou Rosas, Dinheiro,
Se Fez Pai Presente,

Tereza Não o Quis Mais.

Orfeu Retornou Para a Boêmia,
Se Atirou na Bebida...
Enlouqueceu...
Andava Como Mendigo,

Nem dos Filhos Mais Se Lembrava...
Numa Madrugada,
Após Altas Rodadas,
Lá Pelas Tantas Tomou a Rua, e
Dobrando a Esquina,

Enfarto Fulminante o Esperava...
Caiu Já Falecido

Na Morte Que o Abraçava...
Orfeu Morreu...

_Maxuel Scorpiano_

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