Poeta
eu coloquei meus sonhos a dormir,
isolei algumas emoções,
não me permito mais chorar,
engulo o choro,invento sorrisos.
Me permiti por tempo demais a viver sonhos
imaginar felicidade, querer um alguém,
ser desse alguém...
Amor ? Carência ? Solidão ?
Sim, tudo isso e muito mais.
Eu transbordava expectativas,
pincelava ilusões
alimentava meu coração de poemas,
como se aliviasse minha dor.
minha saudade, do que não houve,
não existiu,não aconteceu.
Não houve culpa ou culpados
mas sim inocentes, sim fragilidades,
poços imensos de sentimentos
num árido novembro.
Poeta
trancafiei todos os sonhos,
escondo de mim próprio todas as lembranças da pessoa,
tento civilizar meus desesperos,
minto... Minto convictamente que não é amor.
Saí daquele caminho
para tentar não mais voltar,
estou a esmo,
como se fosse canoa e rio
sendo levado pelo vento,
numa solitária despedida
sem nunca chegar ao mar...
Vou ficar bem poeta... Tenho que acreditar.
Os poemas ? Minha dor emocional os compõe,
não os leio... Não mais...
Não quero saber se hoje sou canoa,
sou o rio,
o homem vazio em busca do mar...
_ MAXUEL SCORPIANO _
30.11.2011/ás10:03H